quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Satélite japonês vigia Amazônia mesmo com nuvens



Outros satélites ficam cegos ao vigiar a floresta, porque a Amazônia fica coberta de nuvens de seis a oito meses do ano, algumas regiões, o ano inteiro. Inovação japonesa vai ajudar na fiscalização.




 





Um satélite japonês que consegue enxergar através
das nuvens começou a ser usado no Brasil no combate ao desmatamento da Amazônia. Quem informa, de Tóquio, é o correspondente Roberto Kovalick.

Mesmo estando a quase 700 quilômetros de altura, o satélite tem um olho que não deixa escapar quase nada aqui embaixo. O nome dele é Alos, lançado pelos japoneses para acompanhar mudanças climáticas e ambientais. Uma das missões é ajudar a caçar os desmatadores da Amazônia.

Outros satélites fazem algo parecido, mas enfrentam uma dificuldade: a Amazônia fica coberta de nuvens de seis a oito meses do ano, algumas regiões, o ano inteiro. Resultado: os satélites ficam cegos quando passam por lá e os desmatadores podem agir sem serem vistos do espaço.

O Alos tem um equipamento que funciona como um radar: envia microondas que atravessam as nuvens, batem no solo e voltam para o satélite. As informações recolhidas pelo satélite na Amazônia são transmitidas para o outro lado do planeta, para o Centro de Observação da Terra, que pertence ao governo japonês e fica nos arredores de Tóquio. Essas informações são captadas por uma antena. É um longo caminho mas, graças à tecnologia, em pouco tempo os agentes do Ibama e da Polícia Federal ficam sabendo onde estão acontecendo os desmatamentos.

Os dados do satélite vão para supercomputadores, mais potentes do que os normais, que criam mapas mostrando exatamente o ponto onde as árvores estão sendo derrubadas. E mais: estradas ou rios que os agentes devem usar para chegar ao local. Oito policiais federais e fiscais do Ibama estão fazendo um curso em Tóquio para saber como usar essas informações.

Com ajuda do satélite, os agentes conseguiram identificar mais de 30 locais que foram desmatados no fim do ano passado. Esses dados já foram enviados ao Brasil, via internet.

"A partir dessa informação, a gente coloca os dados no site interno do Ibama, na, na qual a fiscalização vai a campo autuar esses pontos de desmatamento", explica o analista ambiental do Ibama Daniel Moraes de Freitas.

As imagens do satélite também vão ser usadas como prova nos tribunais para punir os desmatadores.



Fonte: Globo.com

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